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Grão a Grão, a Bailarina cresce e floresce!

  • Foto do escritor: Cris Aysel
    Cris Aysel
  • 29 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de jul. de 2020

Parte 1 de 2 - Do mundo da paciência e da persistência.


Seja o que for que estejamos a aprender leva o seu tempo e a Dança Oriental não é excepção. Aliás, até sofre do clássico efeito em quem experimenta: “pensei que era mais fácil “ e passa-se a ter a noção que afinal é preciso batalhar muito! Este texto é apenas uma reflexão minha sobre estas questões relacionadas com a paciência, persistência e perseverança e a sua importância na dança em geral.


Quando comecei a praticar esta arte, não tinha nenhuma ideia pré-concebida, tinha visto uma bailarina actuar e apaixonei-me imediatamente. No entanto, depois de experimentar, pensei que nunca iria conseguir controlar as diferentes partes do corpo e seria sempre um pouco desengonçada. Contudo, tinha tanto prazer nas aulas, que apenas queria desfrutar, libertar o meu corpo numa nova forma de expressão e aprender mais e mais. Houve frustrações? Muitas. Houve dúvidas se estaria a evoluir? Imensas. O convite para ser professora e fazer espectáculos tornou-me mais persistente no treino, para conseguir estar à altura do convite e dos desafios dançantes na minha vida. Cada época é uma época e há 20 anos as coisas não eram como actualmente…bebia o que podia dos meus professores, improvisava imenso com o que sabia em casa e fazia formações esporádicas que aconteciam por cá…caso soubesse das mesmas, pois foi antes da era “internética” onde tudo está à distância de um clique 😁. Na altura, achava que sabia pelo menos o suficiente, mas à medida que o tempo passava, fui vendo que nada sabia e depois de ter começado a dar aulas, sentia cada vez mais o peso da responsabilidade e a necessidade de continuar a aprender e trabalhar muito bem aquilo que já tinha aprendido.


Poderia ter sido diferente? Poderia ter feito mais e melhor? Claro que sim, mas quando olho para trás, penso que fiz o que me foi possível e nunca baixei os braços ao trabalho ou deixei de amar esta forma de arte! As dúvidas farão para sempre parte do caminho e quando perco a paciência e a perseverança, tento voltar a focar-me no que me mantém neste caminho.

Claro que sou humana e gostaria de ser mais metódica, treinar muito mais e ter tudo controlado e perfeito…quem nunca utilizou a desculpa: não tenho tempo? A vida mostra-nos que, em várias situações, tempo arranja-se e, apesar de não ser fácil, conseguimos sempre um buraquinho para o que é importante para nós…mas às vezes a procrastinação fala mais alto, as redes sociais consomem-nos muito tempo e quando damos por isso, o tempo voou. Por outro lado, a sociedade passou a ser imediata, a exigir rapidez em tudo, tendo um impacto profundo na nossa forma de funcionar: a nossa atenção tornou-se dispersa e com pouca duração. Para além disso, e sem tempo a perder, queremos saber tudo no mais curto espaço de tempo possível, seja lá o que for, e passamos a ter menos paciência e calma. Isto também gera frustração, pois ao querer resultados rápidos em actividades como a dança, que leva o seu tempo, passamos a nos pôr muito em causa, por vezes desistimos, questionamos a nossa competência, a dos nossos professores e tentamos encontrar uma fórmula mágica que nos faça evoluir.



Fórmula, fórmula não há, no entanto, existe um lugar onde poderão encontrar algo que é o mais próximo de um receita…sem mais demoras, apresento a tão ansiada localização: dentro de ti!



É verdade que ter um bom professor é fundamental, fazer formações diversificadas também (da mesma área, ou outras…quanto mais aprendermos, melhor será), ler sobre a História, cultura, treinar muito, enfim, poderia nomear muitas outras questões, mas o que importa é como enquadras o que aprendes, como te posicionas perante o que chega a ti, como perspectivas a evolução, como geres a frustração e acima de tudo, como é a tua relação de amor com a dança.






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